A Pouca-vergonha

Ao longo dos anos que a nossa democracia já conta, o PCP nunca perdeu de vista o inimigo principal que definiu ainda durante o PREC: O PS.

Pode ter começado por razões táticas, mas transformou-se numa estratégia.

Esta estratégia tem “obrigado” frequentemente o PCP a alinhar com a direita, ou, como gosta de dizer relativamente ao PS, a fazer o jogo da direita. Quando o PS está no governo, o PCP transfigura-se, liderando, de facto, a oposição contra os socialistas, como foi notório nos últimos governos do PS.

Porém, quando a direita governa, o PCP faz uma oposição de veludo, limitando-se a lançar algumas parangonas ("caso António Borges é "uma pouca-vergonha") para calar os militantes e aparecer nos jornais. Mas nunca esquece o PS...

Só neste contexto se compreende que a próxima “greve geral”, tenha sido convocada, menosprezando o envolvimento da central sindical não comunista, e reduzindo o seu alcance a um  ritual para consumo intrapartidário. Um descanso para governo  PSD/CDS...


Quanto às "poucas-vergonhas" de António Borges,  a que deveria preocupar, a valer,  Jerónimo de Sousa, e os "amigos" da CGTP,  é esta: 

“É impressionante a forma como os salários estão a cair, tal e qual como se houvesse uma desvalorização da moeda...” “Isto está a passar-se na economia com um extraordinário consenso e harmonia social... uma coisa inconcebível na Grécia e vamos ver se os espanhóis são capazes de fazer o mesmo que nós”.