sexta-feira, dezembro 03, 2010

As taxas de juro, o BCE e os neoliberais

Não sou economista, mas aprendi há muito tempo que os bancos centrais podem influenciar os mercados através das chamadas “operações de mercado livre”, como na altura se designavam. Agora chamam-se open market operations, obviamente em inglês.
Lamentavelmente o Banco Central Europeu só tardiamente percebeu que era um banco central e podia (devia) refrear a especulação de que alguns países do Euro estavam a ser vítimas.
Fê-lo agora, mas não se compreende porque não o fez há mais tempo.
Ou melhor, compreende-se: Os neoliberais, que empurraram os países ocidentais para a maior crise global de que há memória, não se converteram todos e alguns continuam com influência em lugares de decisão, onde, como se vê, continuam a fazer muito mal.
Tanto assim é que os seus homólogos portugueses, com forte representação na blogosfera e na comunicação social de direita que é a maioria, não se cansam de verberar o BCE por ter comprado dívida portuguesa, espanhola e irlandesa, influenciando, negativamente dizem eles, a sacrossanta liberdade dos mercados, que os neoliberais transformaram em libertinagem.
É certo que, com a bênção de Passos Coelho, estes libertinos já tinham a passadeira estendida para receber o FMI, o que pode ficar prejudicado pela entrada em acção do Banco Central Europeu.
Porém, quem critica a compra de dívida pelo BCE não é a favor da Europa, nem do Euro, nem de Portugal.

1 Comentários:

Às 04/12/10, 14:41 , Blogger j disse...

Hja alguém que, não sendo economista, ponha claramente o dedo na ferida: É a ideologia, estúpidos!!!
É a ideologia que estes miseráveis neo-liberais tentaram enterrar com o fim do mito soviético.
Mas elas, as ideologias, não morreram e, tal como geraram tentativas falhadas, recomeçarão a criar novas formas de organização mais justas, mandando estes ideólogos para o limbo da História.

 

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