terça-feira, outubro 31, 2006

Cheias em Tomar


É melhor tomar qualquer coisa...

segunda-feira, outubro 30, 2006

Todos querem o TGV

A contestação ao TGV vem diminuindo à medida que as linhas projectadas se espalham pelo país. O Algarve também não quer ficar de fora.

domingo, outubro 29, 2006

Um comboio para Barca d’Alva (II)


A antiga estação ferroviária de Barca d’Alva, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, vai, vai ser, no domingo, o palco de uma festa que pretende chamar a atenção das autoridades competentes para a revitalização da linha até ao Pocinho. A iniciativa é promovida pela associação espanhola "Camino de Hierro", sediada em Salamanca, que se associa desta forma às comemorações dos 150 anos do Caminho-de-Ferro em Portugal.” (O Interior)

Com a ajuda dos espanhóis, pode ser que se consiga a revitalização da Linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva.

sábado, outubro 28, 2006

Popularidade

Na opinião dos peritos, a queda da popularidade de Sócrates, anunciada por esta sondagem, seria previsível e até natural. Segundo eles, anormal era a sua popularidade, não fazendo sentido que o governo tomasse medidas impopulares e a popularidade do primeiro-ministro não saísse beliscada.

De todos os governos se exige que façam reformas e adoptem as medidas necessárias ao desenvolvimento do país, mas quando os seus efeitos nos atingem barramos a passagem à mudança e fica tudo na mesma.

A nossa sociedade está subordinada a uma popularização mediática alienada e sem massa crítica.
Façam uma sondagem em qualquer banca de jornais e vejam quais são os jornais mais vendidos.
Liguem um dos principais canais televisivos, aqueles a que “o povo” tem acesso, e pasmem com a ignorância dos concursos, intriguem-se com os directos em tricas de comadres, aplaudam o galã de baile que vive em cada português, vibrem com as floribelas açucaradas que povoam os sonhos dos adolescentes.

Serão populares, mas não estranhem que os jovens abandonem as escolas.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Dead zones

Segundo um relatório das Nações Unidas, existem em todos os oceanos 200 “zonas mortas” e a sua dimensão cresceu 34% nos dois últimos anos.

O aparecimento destas áreas sem vida é uma consequência da poluição das zonas costeiras, nomeadamente nos estuários dos rios, e espalham-se por todo o globo, desde a Grécia ao Rio das Pérolas (Macau), passando pela Baia de Montevideu, até a insuspeita Finlândia (Archipelago Sea).

Portugal também não se livra desta nódoa e tem na foz do Rio Mondego a sua dead zone.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Fuga do Paraíso

Muitos portugueses sonham com África como se fosse um paraíso. Mas África só é um paraíso quando se vê de longe e a podemos abandonar livremente.

Dos que lá nasceram e lá são obrigados a viver poucos serão os que têm da sua terra uma imagem tão idílica. A corrupção, a pobreza extrema, a doença, a ignorância e a morte prematura transformaram África num inferno e a fuga é única esperança para os que lá vivem.
Foi o que aconteceu com vários atletas da comitiva de São Tomé e Príncipe aos jogos da lusofonia que no regresso de Macau aproveitaram as escalas do avião para desaparecer: Treze em Paris e seis em Lisboa.

terça-feira, outubro 24, 2006

Ranking das escolas secundárias

Quase metade da população activa - 2,6 milhões, para um total de 5,5 milhões - não completa o ensino obrigatório (9ª ano). O Ranking das escolas pode ajudar a perceber porquê, mas também mostra o que já se sabe: No topo da classificação surgem escolas cuja sobrevivência não é assegurada pelo orçamento do Estado.

Os professores das escolas privadas não sabem mais que os das escolas públicas, nem ganham mais. A diferença está na responsabilidade com que acompanham os alunos, pois têm de prestar contas perante a escola e perante os pais, cujas mensalidades os sustentam.

Talvez seja por isso que a FENPROF não faz greves nas escolas privadas nem os respectivos professores se manifestam contra as políticas do Ministério da Educação, apesar de seguirem os mesmos programas.

segunda-feira, outubro 23, 2006

“A fronteira do aborto”

O referendo de há seis anos foi convocado na sequência de um pacto vergonhoso entre os líderes dos dois maiores partidos, António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa, “para aplacar a ira da Igreja católica e do ultraconservador lobby médico, face a uma reforma progressista da lei que o Parlamento já havia aprovado, e só serviu para dividir o país e perpetuar uma situação humilhante para as mulheres, que se mantém até hoje, quando apenas 1.000 das 20.000 portuguesas que abortam cada ano o fazem de maneira legal e segura.”

Aqueles dois líderes desempenharam a preceito o papel de Pilatos, mas obtiveram resultados desastrosos: O referendo passou ao lado do país e não serviu para nada, pois votaram apenas 31% dos eleitores, longe dos 50% que a lei exige para um referendo ser vinculativo.

Que a sensatez de que José Sócrates e Marques Mendes deram provas ao apoiarem a proposta para um novo referendo tenha eco no presidente Cavaco Silva, “um árbitro com influência, que prometeu pôr-se do lado dos mais desprotegidos e tem agora a ocasião de demonstrá-lo. As mulheres portuguesas não podem continuar submetidas a uma legislação anacrónica, perigosa e humilhante, e Portugal no deve permitir-se presidir à União Europeia no segundo semestre de 2007 sem resolver essa injustiça.”
(El País)

sexta-feira, outubro 20, 2006

Bodes expiatórios

Tenho respeito pelas pessoas que morreram na queda da ponte de Entre-os-Rios e pela dor das suas famílias.

No entanto, atendendo às circunstancias em que ocorreu o acidente, sempre pensei e penso que o apuramento de responsabilidades não era (apenas) uma questão para os tribunais. Pelas declarações que ouço por parte dos familiares das vítimas, também eles se sentem incomodados ao ver os anciãos que o Ministério Publico sentou no banco dos réus.
Como se a queda da ponte centenária sobre o Rio Douro não fosse da responsabilidade de toda uma cultura laxista que se instalou na máquina do estado, a qual, a julgar pelas opiniões de alguns lideres partidários e pelas palavras de ordem das manifestações que entopem as ruas, tem ainda muitos defensores.

Mandar os bodes expiar as culpas da tribo é uma prática antiga.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Aborto - a liberdade, a saúde e a justiça

Já se erguem as barricadas entre os defensores da despenalização do aborto e os que querem continuar a perseguir as mulheres que em Portugal recorrem ao aborto clandestino por não terem dinheiro para abortar em Espanha.
Se o tivessem, podiam aliás recorrer a qualquer outro país civilizado que ninguém as perseguiria, com excepção da Republica da Irlanda, onde o fundamentalismo da igreja católica irlandesa não fica atrás do da igreja portuguesa.

O assunto está muito discutido. A nossa posição é esta:

- É inaceitável que as mulheres sejam perseguidas, julgadas ou presas por, de livre vontade, recorrerem ao aborto.

- O Estado tem a obrigação constitucional de criar condições para evitar que o façam clandestinamente, com riscos para a sua saúde.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Cego é quem não quer ver

Fernando Ruas comportou-se com uma enorme delicadeza de trato face aos golpes baixos do Ministro”.

Só mesmo José Pacheco Pereira poderia inventar “uma enorme delicadeza” para caracterizar esta personagem. Com os óculos do partido, nem enxerga donde vêm as pedradas.

terça-feira, outubro 17, 2006

Líbano e Olivença ali tão perto

Como se depreende deste artigo, o facto de a brigada de engenharia do exército português destacada para o sul do Líbano não ficar sob comando espanhol causou melindre e mesmo incompreensão em Madrid. Segundo o El País, na decisão de Portugal terão pesado mais os receios históricos que as boas relações entre os dois países. E fica-se por aí.

Se aprofundasse um pouco mais, concluiria que alguns receios dos portugueses são bem recentes, como, por exemplo, o de serem regularmente ameaçados com o desvio da água dos rios que correm para Portugal, para bacias mais espanholas.
Se continuasse a aprofundar, descobriria que as “boas relações” actuais entre os dois países não são o corolário de qualquer esforço espanhol nesse sentido, mas a consequência natural da mútua adesão à Comunidade Europeia e da aplicação das leis comunitárias.
Porém, ao contrário do que acontece no plano europeu, no plano bilateral a desconfiança lê-se nas entrelinhas de tratados que em castelhano têm sempre interpretações sui generis, inspiradas na velha escola de Olivença.

segunda-feira, outubro 16, 2006

O protesto dos boys

O Partido Socialista era ainda uma criança no 25 de Abril, mas teve em Mário Soares um líder com visão que cedo o guindou ao poder. Desde então os filiados do PS repartem com os do PSD as benesses de governar e, tanto um partido com o outro, têm resguardado as suas clientelas mais chegadas das dificuldades por que o país tem passado.

É dessas clientelas que saem os administradores para empresas do estado e para as empresas municipais, e foram elas que avolumaram a Função Pública.

Não é pois de estranhar que dentro do próprio PS se contestem as reformas que atingem a Administração Pública e, ainda que pontualmente, alguns membros proeminentes do partido apareçam a dar a cara por essa contestação (Jorge Coelho, António Arnaut, Manuel Alegre, Helena Roseta, José Leitão, António Fonseca Ferreira, Ana Gomes, Manuel dos Santos).

Embora não se possa generalizar, fazendo uníssono destes protestos, não fará mal lembrar que a maioria destas personalidades se opôs a Sócrates, quando este disputou a eleição para Secretário-Geral do PS e, mesmo que isto doa a Jorge Coelho, têm ainda mais dificuldade em digerir o seu sucesso no governo.

Certamente que eles se arrepiam com a comparação, mas a verdade é que os seus protestos são da mesma natureza dos de Alberto João Jardim e denunciam que o apertar do cinto chegou finalmente aos boys.

domingo, outubro 15, 2006

Hesitações

Abre-se o jornal, liga-se a televisão, percorre-se a blogosfera, e fica-se com a impressão de que o país está numa encruzilhada.
O governo está a fazer o que é preciso?
Talvez, mas enquanto alguns querem ir mais além, outros acham que já se foi longe demais.
A economia está a crescer?
Parece que sim, mas ai de quem disser que a crise acabou.
Alberto João Jardim precisava de ser chamado à pedra?
Ninguém duvida, mas a mesma pessoa que há uns meses ele “proibiu” de pôr os pés na Madeira está pronta a lamber-lhe as feridas.

Não é tempo de hesitações. O país não pode voltar ao que era e recuar agora seria crime. Através do orçamento para 2007, que se vai conhecer amanhã, o governo tem de continuar o que começou.

sábado, outubro 14, 2006

“Grandes Equívocos”

O que têm de comum Afonso Domingues (o arquitecto da Batalha), Jesus Correia, Salazar, Rómulo de Carvalho (o António Gedeão da Pedra Filosofal), Vasco da Gama, Salgueiro Maia, Pina Manique, Mário Soares, Maria de Medeiros, Nuno Alvares Pereira, Manuel dos Santos (o toureiro), Luís Figo, José Saramago, Belmiro de Azevedo e D. Sebastião?
Todos constam da lista de “Grandes Portugueses” da RTP, para escolher o maior.

A propósito, José Pacheco Pereira anda equivocado: A democracia não tem medo de Salazar. Ele é que a temia tanto que para se proteger criou a censura e mandou a PIDE encher as prisões com os amigos dela.
A Democracia não faz isso aos amigos dele.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Manifestações

A CGTP organizou ontem uma grande manifestação em Lisboa. O ritual é sempre o mesmo e os slogans também não variam muito. Mas nota-se uma ligeira diferença: Ultimamente vêem-se mais reformados do que trabalhadores no activo.
A função pública é o principal, senão o único, bastião sindical da CGTP. Como os votos que os portugueses lhe dão nas eleições são insuficientes para derrubar os governos, o PCP privilegia este o campo de batalha para os combater. Para quem reclama lutar contra o capital, pode parecer irónico e até perverso, mas o PCP resolve o problema considerando todos os governos “ao serviço do capital”.

Ao juntar-se às corporações que se opõem às reformas que o país reclama, a CGTP põe de lado o interesse nacional e prejudica a generalidade dos trabalhadores. Não está em causa o direito de se manifestar mas as manifestações não podem sobrepor-se ao voto popular.
Aliás, quanto maior é a manifestação maior a manipulação e não faltam exemplos a atestá-lo: Em 27 de Agosto de 1963, a União Nacional organizou uma enorme manifestação para legitimar a guerra colonial. Eram 500.000 pessoas. Os mesmos autocarros, os mesmos esgares, a mesma agressividade, a mesma alienação.
A história provou que não tinham razão.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Cidade multicultural

Onde as escolas têm alunos oriundos de 18 países.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Racismo ou fundamentalismo?

Segundo alguma imprensa, o Manchester United queixou-se à UEFA pelo comportamento racista dos adeptos do Benfica, no jogo que disputou no Estádio da Luz em Setembro passado.
O Benfica diz que nunca foi notificado pela UEFA.

Num encontro disputado ontem entre as respectivas selecções de sub-21, dois jogadores ingleses, Anton Ferdinand e Micah Richards, queixaram-se de terem sido vítimas de insultos racistas por parte de jogadores alemães.

Hoje a comunicação inglesa ainda não se calou com as ameaças racistas que pendem sobre a selecção inglesa, quando esta noite enfrentar na Croácia a selecção local.

A coincidência de os visados serem apenas jogadores ingleses é, no mínimo, intrigante.
Será sensibilidade a mais?

terça-feira, outubro 10, 2006

Educação, ética e corrupção

No discurso da tomada de posse, o novo Procurador-Geral da República pediu a colaboração dos cidadãos no combate à corrupção. Houve quem estranhasse, mas é errado pensar que um combate dessa natureza pode ser ganho sem o empenho da sociedade.

O nosso maior problema é a corrupção. Há estudos que o comprovam e ninguém, com lucidez e boa-fé, duvida que o problema da corrupção é mais grave que o défice, mais grave que o desemprego, mais grave que as desigualdades, mais grave que a crise da saúde ou da educação.

Duma forma ou de outra, temos tentado resolver os outros problemas, mas, quando parece que estão resolvidos, eles ressurgem afectados pela doença endémica, a corrupção.

A corrupção é a polícia e o condutor, o funcionário e o cidadão, o autarca e o construtor, o árbitro e o dirigente. Tem várias caras e já a vimos na cara de alguém.

“Parvos são os que não aproveitam”, ouve-se a cada passo, desculpando os abusos dos que se servem dos cargos para que foram eleitos ou nomeados, em proveito próprio.

O Ministério Público e os tribunais estão aí para punir os crimes de corrupção, mas não vão mudar esta cultura. É a sociedade, a começar na escola, que tem de criar uma cultura de responsabilidade cívica e penalizar moralmente os comportamentos eticamente censuráveis.
Mas, como se viu nas últimas autárquicas (Felgueiras, Oeiras e Gondomar), estamos longe de lá chegar.

segunda-feira, outubro 09, 2006

"Tratado de Zamora"

O queijo Marofa era bom, vendia-se bem, e foi uma surpresa quando a fábrica fechou. A um mês do Natal, as duas dezenas de empregados dos Lacticínios da Marofa ficaram sem trabalho e as noites do último Inverno foram mais frias em Figueira de Castelo Rodrigo.

Porém, contrariando o ditado, este ano o Pai Natal chegou de Espanha. O grupo Lacteas Cobreros, de Zamora, comprou os Lacticínios da Marofa, readmitiu os 20 trabalhadores, e projecta instalar ali uma base logística de distribuição que implicará a criação mais postos de trabalho.
No próximo Inverno, o cieiro continuará a soprar de Espanha e há-de fazer frieiras nas orelhas das crianças de Figueira de Castelo Rodrigo. Mas não há vento melhor para curar o queijo.
(fonte: O Interior)

domingo, outubro 08, 2006

O “Senhor Santos” e o papão

De início, a ameaça da independência da Madeira provocou alguns sorrisos. Porém, fartos de serem apelidados de cubanos e ainda por cima terem de suportar os excessos despesistas dos governos madeirenses, em muitos portugueses gerou-se a convicção de que a independência da Madeira seria a única saídapara um problema sem solução: o desrespeito do governo da Madeira pelo próprio orçamento.
Mas ao contrário do que sucedeu durante décadas com muitos Ministros das Finanças e Primeiros-ministros, o “Senhor” que dá pelo nome de Santos e manda agora nas finanças parece não acreditar em papões e, porque a Madeira ultrapassou o máximo de endividamento em cerca de 140 milhões de euros, não esteve com paninhos quentes: alertou, por escrito, Alberto João Jardim da possibilidade iminente de aplicação de sanções, solicitando o envio de "informação entendida por conveniente relativamente à situação".
A resposta que Alberto João Jardim entendeu por conveniente desta vez foi o pedido de demissão de José Sócrates e do “Senhor Santos”.

Em consequência, o “Senhor Santos” tomou a devida nota e suspendeu o envio de 50 milhões de euros, como tinha avisado.

A Alberto João ainda resta a declaração da independência. Que seja a Ribeira Brava o seu Ipiranga.

sábado, outubro 07, 2006

“O FUTEBOL COMO REPOSITÓRIO DOS BONS COSTUMES”

Vai-se tornando um hábito aconselhar aqui a leitura de textos que José Pacheco Pereira escreve no Público e em boa hora reproduz no ABRUPTO.
Aí está mais um, com a lucidez que o caracteriza, sem o emblema do partido na lapela.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Véus sem transparência

Jack Straw, parlamentar inglês que representa um círculo com muitos eleitores muçulmanos, declarou que sempre que recebia mulheres muçulmanas no seu gabinete lhes pedia para tirar o véu.
Disse também que o uso do véu prejudicava o diálogo e dificultava o relacionamento entre comunidades, por ser um distintivo discriminatório.

A reacção dos responsáveis muçulmanos não se fez esperar. Segundo eles, as mulheres muçulmanas usam véu por opção, da mesma forma que muitos londrinos optam por um vestuário menos convencional.

Ainda bem que em Londres há todas essas opções, pois, a não ser que não se importem de ser apedrejadas, nos países muçulmanos as mulheres não têm mais opções além do véu.

quinta-feira, outubro 05, 2006

5 de Outubro

Perdemos a emoção da gravidez das princesas, mas não aturamos as tontarias reais, nem pagamos a extravagância de suas altezas.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Beatices

O “Programa de Apoio às PME” proposto pelo PSD, não é um programa, são 15 medidas avulsas e desconexas lançadas como panaceia para a praça pública.

Eivadas de palavreado neoliberal – “empreendedorismo”, “capital de risco”, “gestores privados de reconhecido know-how”(!) –, as medidas apresentadas não disfarçam a confrangedora falta de ideias da liderança do PSD e a notória dificuldade em acompanhar a passada do executivo.
As três primeiras atentam mesmo contra os fundamentos do Estado, transferindo para as empresas o “jus imperium”. Só assim se entende que se possam transformar automaticamente em Dívida Pública as dívidas do Estado às empresas, logo que decorrido o prazo de pagamento. É um delírio…

Se o PSD quer criar dificuldades ao governo, está no seu direito. Porém, se quer ser visto como pessoa de bem, não pode esperar que este programa, por mais Beato que seja, prejudique os programas sufragados pelos eleitores.

terça-feira, outubro 03, 2006

Direito ao assunto

Nos últimos dias do seu mandato, José Souto de Moura, o discreto (!) Procurador-Geral da República, anda numa roda-viva a dar entrevistas, a despedir-se, a culpar os outros pelas asneiras que fez e deixou fazer, não se poupando a esforços para aparecer na comunicação social.

Afinal o Procurador-Geral lança hoje um livro ( «Direito ao assunto») e, embora conste que aquele bigode fora de época esconde um rasputine, o sorriso naïf que pasmou presidentes continua irresistível para os nossos mídia.

Se quisesse ir direito ao assunto, metia a viola no saco e desamparava a loja.

De perder a cabeça...


"Dando vueltas. Nani, del Sporting, celebra un gol ante el Unión de Leiria durante eun partido de la liga portuguesa en el estadio Alvalade XXI, de Lisboa."

segunda-feira, outubro 02, 2006

Apedrejamentos

Fernando Ruas foi hoje recebido pelo Presidente da República na qualidade de Presidente da Associação Nacional de Municípios (ANM). Não está de acordo com a nova lei das finanças locais e vem pedir a bênção presidencial para sua luta.

Esta movimentação nada tem de original. A Associação Nacional de Municípios reage como as corporações que viram os seus privilégios ameaçados pelas reformas empreendidas pelo governo. Não discutem a justiça nem necessidade das reformas, limitam-se a boicotá-las.


Enquanto Presidente da Câmara Municipal de Viseu, a aparição mais mediática de Fernando Ruas em tempos recentes foi para mandar “correr à pedrada” os fiscais do Ministério do Ambiente que detectaram ilegalidades em obras do seu município.

Quiçá inspirado em sentenças islâmicas, o método nada tem de democrático e é, definitivamente, pouco cristão. Isso não impediu o seu patrocinador de ser recebido por Cavaco Silva, que «foi sensível a ouvir» as queixas apresentadas pelos autarcas em relação à nova lei.

Porém, ao meter cunhas a Cavaco Silva antes de a lei ser discutida e aprovada na Assembleia da Republica, Fernando Ruas não se limita a pôr o carro à frente dos bois, atira uma pedrada ao Parlamento.

Regresso

Depois de um fim-de-semana prolongado, volto aos blogues, ainda a tempo de ouvir os ecos da trica surrealista que se gerou à volta duma personagem conservadora, travestida de arrojada.
Porém, mau grado as eleições no Brasil, o referendo sobre a despenalização do aborto começa a concentrar as atenções.