segunda-feira, novembro 21, 2005

A rejeição do criador

O que levará Ariel Sharon a abandonar o partido que fundou e dirige, para fundar outro?

Há muito que os valores, os hábitos, a cultura e a filosofia, deixaram de ser axiomáticos e na política só valem quando não contrariam o pragmatismo.

Os partidos surgem em conjunturas específicas e são naturalmente conservadores, como todas as instituições. Os aparelhos que os dominam reagem mal às mudanças e tendem a fechar-se sobre si mesmos, não acompanhando o ritmo da sociedade.

Quando isso sucede, é preferível abandonar o barco do que naufragar com ele.

1 Comentários:

Às 23/11/05, 11:47 , Anonymous Anónimo disse...

Totalmente de acordo. E é raro assistir-se a uma reviravolta tão desconcertante como a de Sharon:
- fundador do partido que integra os fanáticos religiosos, defensores do “grande Israel”;
- promotor dos colonatos em território da Palestina;
- cúmplice, segundo alguns, no massacre de Sabra e Chatila;
- causador, segundo outros, da última intifada;
- “criador” do famoso muro de separação;
e agora…
- desmantelamento da colónia na banda de Gaza e entrega do território ;
- abandono do Likoud e procura de novos apoios para prosseguir a “démarche”, na procura de uma saída para a dolorosa situação que vivem os dois povos…
O que virá a seguir?
Não morro de amores pelo Senhor Sharon. Mas não lhe nego a coragem e se, como tudo parece indicar, o seu objectivo é chegar à paz com a Palestina, oxalá tenha êxito.

VHC

 

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