segunda-feira, maio 02, 2005

À Paisana

Com o desassossego que por aí anda, não me sentirei muito confortável se um espadaúdo qualquer me mandar encostar à berma da estrada.

Mas é isto que pode acontecer a qualquer automobilista, se for por diante a sugestão do Presidente Jorge Sampaio que acha que a Brigada de Transito tem de andar à paisana para cumprir as suas obrigações.

O problema parece ser o excesso de velocidade. Para isso nem são precisos polícias, basta montar radares e aplicar as respectivas multas como já é feito noutros países.

Para controlar os carros sem seguro, sem inspecção obrigatória, faróis partidos, condutores sem carta, não é preciso andar à paisana e é um escândalo o que as estatísticas revelam e o que se vê por esse país fora, muitas vezes com a conivência das delegações locais da PSP e da GNR.

Senhor Presidente:
A actuação das autoridades para com os automobilistas não pode assemelhar-se à usada com os criminosos. Por isso é que existem Brigadas e Divisões de Transito cuja instrução devia ter isso em conta.
Os automobilistas andam às claras e não gostarão que um paisano que se diz da GNR os mande parar em qualquer ermo. A não ser que Vossa Excelência lhes empreste os guarda-costas...

1 Comentários:

Às 02/05/05, 17:33 , Blogger j disse...

Por mais medidas que se tomem, por mais justificações que se apresentem, por mais retórica que se use para explicar alguns dos nossos vícios sociais, por mais artimanhas que se ponham em prática, não conseguiremos nunca resolver este e outros problemas se não resolvermos, antes, as suas causas.
Vejamos...
Infringem-se sistematicamente as regras do trânsito, ludibria-se o fisco, finta-se a polícia por quem se tem, cada vez menos, respeito.
Pergunto:
- terão os cidadãos um tratamento condigno por parte das autoridades, sejam elas quais forem?
- terão os senhores "agentes da autoridade" autoridade bastante? E saberão usá-la? Ou subsistem os velhos vícios do "bate agora" e explica depois?
- terão os cidadãos a noção de que a lei é igual para todos? Ou, antes pelo contrário, cada vez mais existe a ideia de que a aplicação das leis se faz depender do poder, seja ele qual for, dos intervenientes?
- saberão os cidadãos, de forma clara e inequívoca, qual a utilização que se faz á riqueza criada? Terão os cidadãos a noção de que esta se distribui sempre da forma mais justa?
Enquanto não houver respostas definitivas a estas questões, continuaremos todos a tentar arranjar explicações pessoais para os nossos incumprimentos...
Agora esta...
Vamos criar mais uns paisanos (parece que há gente com saudades dessa rapaziada!!!) para ajudar à festa!
E para quando as medidas concretas para levantar o moral das "tropas" e recriar a ideia de que a pátria é de todos e para todos?
(jcm)

 

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